Ibogaína: A droga que pode curar a Dependência Química

Clínicas Recuperação
7 min readSep 30, 2021

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Estima-se que a epidemia de dependência em drogas e álcool seja uma das maiores crises que o Brasil e o mundo enfrenta atualmente. Nos EUA, pelo menos 81,2 mil pessoas morreram por overdose entre junho de 2019 e maio de 2020, no meio da Pandemia do Covid-19, este foi o maior número já registrado em um período de 12 meses, e representa alta de 18,2% sobre os 12 meses anteriores.

Muitas pessoas continuam a recorrer a terapias alternativas e a ibogaína está a emergir como uma das resoluções mais promissoras.

A ibogaina é um composto retirado de uma planta, chamada Iboga (Tabernanthe iboga), um arbusto nativo da África Ocidental e Central. De todo o planeta, pessoas que lutam contra a dependência química migram para clínicas de tratamento, como o Brasil, o México e o Uruguai, em busca do tratamento com ibogaína. Há um grande número de histórias de sucesso, com pessoas a afirmarem que o tratamento com ibogaina acabou realmente com o seu vício em álcool ou narcóticos como, o crack, a cocaína, a heroína e metanfetamina.

Muitas organizações e instituições recentemente construídas continuam a pesquisar, patentear, desenvolver metodologias de tratamento e a trabalhar para trazer a ibogaína para a consciência geral.

No Brasil há algumas opções de clínicas especializadas no tratamento com ibogaína, veja abaixo uma rápida lista:

Como o Tratamento com Ibogaína funciona?

É importante salientar que a ibogaína não tem a reputação de ser uma experiência agradável, como muitos pensam, ela não é uma droga recreativa onde a pessoa viciada irá “viajar” e ficar “doidão”.

A ibogaína leva o dependente para seus problemas internos, para analisar os conflitos e assim poder resolvê-los. Então, como sabemos, enfrentar nossas sombras mais escondidas nem sempre é agradável, mas fundamental para podermos mudar o rumo de nossas vidas.

A ibogaína atua alvejando receptores específicos no cérebro que estimulam a produção de dopamina e, essencialmente, reiniciando o sistema nervoso central.

Em termos práticos, a droga desencadeia um longo e intenso estado de sonho lúcido, durante o qual os usuários relatam confrontos implacáveis ​​com memórias vívidas de suas vidas. As memórias e imagens que surgem muitas vezes são extremamente dolorosas. No entanto, os usuários relatam que saíram do outro lado sentindo-se fundamentalmente mudados para melhor.

Muitas pessoas que se submeteram ao tratamento com ibogaína compartilharam suas experiências online. Um artigo recente da revista Time conta a história de Marcus Capone, um veterano com PTSD que lutava contra o alcoolismo. Com o casamento e a vida desmoronando, ele decidiu tentar algo radical: viajou para o México para um tratamento com ibogaína.

No centro de tratamento, ele tomou a a ibogaína em um quarto escuro, colocou fones de ouvido com cancelamento de ruído e se preparou para sua difícil e exaustiva viagem. Por mais doloroso que fosse, ao final do tratamento Marcus sentiu-se completamente repelido pelo álcool. “Eu estava pensando com clareza. Eu não era mais impulsivo. Não tive ansiedade. Eu não estava deprimido ”, diz ele. Marcus, como muitos outros, credita a ibogaína por ter salvado sua vida.

Um estudo de 2014 pelo UNIFESP, publicado no The Journal of Psychopharmacology e em 2017 outro estudo realizado por pesquisados dos Estados Unidos e México, publizada no Journal of Psychedelic Studies, onde entrevistaram 88 pessoas, a maioria usuários diários de Crack, que experimentaram ibogaína entre 2012 e 2015. Cerca de 80% deles disseram que a ibogaína eliminou ou reduziu drasticamente seus sintomas de abstinência, e 50% disseram que o tratamento havia diminuído seus desejos pela droga. Na pesquisa realizada no Brasil, pela UNIFESP, concluiu-se que a ibogaína foi capaz de interromper satisfatoriamente a dependência de cocaína, crack e outras formas de vício em 72% dos casos.

Claro que, a ibogaína não é uma cura mágica. Muitas pessoas precisam de terapia contínua para reduzir suas chances de recaída. No entanto, com cerca de 50% das pessoas que fizeram o tratamento com ibogaína nunca mais usaram a droga em que eram viciados novamente, está claro que este potente medicamento possui muito poder de cura.

Ao analisarmos que em tratamento convencionais, com longos tempos de internação e terapias simples, como o de 12 passos, menos de 10% das pessoas ficam longe das drogas por mais de 12 meses. Então a taxa de sucesso ao usarem a ibogaína é extremamente superior a qualquer outra metodologia, o que logicamente, podem ser integradas, aumentando ainda mais as taxas de sucesso.

O desafio da aceitação da sociedade e órgãos públicos

A medicina psicodélica está prestes a entrar na consciência dominante. Pesquisas em torno da cetamina para a depressão , cogumelos mágicos para a ansiedade e MDMA para PTSD estão em pleno andamento.

No entanto, a forte “guerra às drogas” de 70 anos alterou fundamentalmente a percepção dominante dessas substâncias. As drogas em geral, e particularmente os alucinógenos, estão apegadas a ideias profundamente arraigadas de que são recreativas, perigosas e de pouco valor.

No Brasil, é ainda pior, já que as regras para pesquisas são totalmente limitantes e as ações bem controversas. Um pais que incentiva o uso de medicamentos já banidos de tantos países, como a Dipirona e a Sibutramina, aqui são vendidos em qualquer farmácia ou drogaria. Estes mesmos órgãos regulamentadores são os que proíbem o uso de fitoterápicos (100% ervas medicinais) e terapias complementares. Bloqueia o que não é de interesse, sem uma justificava real.

No caso da Ibogaína no Brasil, a alegação que é perigosa ou “…não foram apresentados estudos clínicos, técnicos ou científicos acerca da ibogaína. Portanto, não se pode afirmar que esta substância tem, de fato, efeitos medicinais.” ou “Em virtude da ausência de evidências científicas e da ocorrência de efeitos adversos graves de seu uso, a ibogaína não é licenciada…”, temos que analisar os motivos reais, pois as drogas viciantes são bem mais perigosas e destruidoras, como o Cigarro e as Bebidas Alcoólicas que são vendidas a cada esquina.

Se ainda analisarmos casos como: “Mais uma morte relacionada ao uso de dipirona em Londrina em 2006” , Enterrado homem que morreu após tomar dipirona em Nova Aliança, SP em 2012", “Mulher de 23 anos morre após tomar medicamento e ficar roxa em PS de SP, em 2019” ou ainda “Dipirona pode ter provocado a morte de rapaz em Ibaté em 2018”, além de centenas de outros, será que a ibogaína e outros tantos medicamentos e terapias fitoterápicos são realmente perigosos ou o interesse da indústria farmacêutica tem maior poder?

Referente a não haver confirmação de eficácia, o que vemos é bem simples. Não se autorizam nem que as Universidades façam pesquisas então como fazer a comprovação?

Por outro lado, quando uma Indústria Farmacêutica solicita patente, logo se mudam as regras, veja o caso do Canabidiol, que a várias décadas é utilizada no exterior com grande sucesso e aqui sempre foi barrado. Em 2016 “A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta terça-feira (22) critérios para permitir o registro, a venda e o uso de medicamentos à base de compostos da maconha no Brasil.” — Medicamento indicado para tratamento de esclerose múltipla, ficou travado no mercado pelo monopólio de uma única indústria, enquanto, as pessoas ainda precisam entrar na justiça para conseguir importar este medicamento, até que em 2019 resolveram abrir para mais empresas comercializarem e hoje você já encontra até cosméticos.

Uma start-up do Canadá, a Universal Ibogaine , desenvolveu o protocolo Clear Sky. Este protocolo é um modelo de aplicação clínica terapêutica projetado para dar o pré-cuidado correto e o pós-cuidado para aqueles que estão se submetendo ao tratamento com ibogaína. O protocolo é elaborado para garantir que a experiência seja o mais segura e eficaz possível. A criação de tais planos de tratamento cuidadosamente considerados é uma das muitas etapas vitais para ajudar a ibogaína a garantir ampla aceitação na sociedade.

Enquanto no Brasil, o bloqueio por pesquisas é evidente e a falta de coerência em determinar o que é bom ou ruim, lá foram, já constroem regras para o uso. Então se você deseja se beneficiar da ibogaína, é melhor conversar com quem já fez ou conhece de fato a ibogaína.

Enquanto isso, continuamos a injetar na população os antidepressivos, mesmo que desde 2017 pesquisadores da FIOCRUZ alertam que “Começou-se a observar que esses medicamentos geram dependência e que sua suspensão e retirada é tão difícil quanto a de uma droga ilícita ou do álcool. E praticamente não há serviço especializado no mundo nesse tipo de desintoxicação”…

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